segunda-feira, 15 de junho de 2009

Homem na medida certa?


A professora de francês nos dá uma tarefa um tanto quanto delicada, ainda mais em véspera de Dia dos Namorados: redigir um pequeno ensaio sobre aquilo que buscamos em alguém. Deve ser conjunção astral, coincidência, destino ou raio que o parta: era exatamente sobre “l’homme de ma vie” que tratava a lição do livro em que estávamos. Pois bem. Cumpri minha tarefa, exatamente agora, às 5h da matina — sendo que a comecei às 22h. É mole? Poxa, pensar — e, o que é pior, escrever — a respeito do homem da minha vida não é fácil. Ainda mais se tiver de ser em francês. De qualquer forma, adorei o desafio. O resultado — Le portrait de l’homme idéal — pode ser conferido no blog Le Moulin à Paroles, mantido pela minha turma do Unilínguas.

Na mesma sintonia desse texto, está a reportagem Um homem na medida certa, publicada na 11ª edição Babélia, jornal experimental dos alunos dos cursos de Comunicação da Unisinos. Depois de um levantamento feito pelo câmpus da universidade no mês de maio, minha equipe de reportagem descobriu a preferência das universitárias em relação ao perfil masculino desejado. E não restam dúvidas: 47% delas querem o neossexual, um homem cuja principal característica é resgatar antigos valores da masculinidade sem perder a sensibilidade. O cara que não perde o instinto de macho caçador, mas que se permite comportamentos sensíveis.

Quanto a mim, não poderia afirmá-lo com tanta certeza. Afinal, nunca acreditei em fórmulas mágicas. Até pouco tempo atrás, meu boyfriend criteria não estava claro. Não sabia o que realmente buscava em um cara. Depois de tantas divagações, porém, parece que a imagem do homem ideal me está mais palpável. Infelizmente eu não o encontrei ainda. Pra dizer a verdade, nem sei se de fato ele existe — do contrário não seria chamado de “ideal”. Apesar de a realidade aí fora ser bem desanimadora, insistimos em acreditar nele. Mas que fique claro: o sujeito dos seus sonhos obviamente não descerá do Céu, materializado na figura de um arcanjo renascentista. Todos os homens têm lá os seus defeitos; é preciso saber escolher o essencial dentre todos os aspectos — positivos e negativos — que eles oferecem.

Pelo visto, ainda serão necessários anos e anos de estudos e explicações para encontrar aquilo que nós clamamos há séculos: o cara perfeito, que esteja à altura das nossas necessidades. Tarefa difícil, a considerar que sempre divergimos quanto às qualidades que deve apresentar. Ele pode até não existir tal como manda o protocolo. Mas sempre haverá um bendito rapaz que se aproxima dos nossos anseios. O ideal, mesmo, seria um homem com a força de Sansão, o espírito festeiro de Baco e a sabedoria de Sócrates — tudo isso num corpinho de Apolo! Esse, sim, seria hors concours. Do balacobaco.

* * *

A canção Je cherche un homme, da cantora americana Eartha Kitt, vale uma conferida. Ela estabelece um diálogo perfeito com o que foi dito até agora. Além da melodia elegante (bem ao estilo tradicional da chanson française), a letra é deliciosamente engraçada e repleta de trocadilhos. Check it out!

Nenhum comentário:

Postar um comentário