sábado, 26 de setembro de 2009

Falavras incompreendidas


Cassiano encontrou a porta do café; entrou de chofre, permitindo ao vento invadir o calor do recinto. Leônidas o esperava, impaciente. Queria muito resolver o impasse entre os dois. Assim que o viu, fez sinal e Cassiano se dirigiu até a mesa. Sabia que Leônidas sofrera e temia que ele pudesse virar-lhe as costas ao final da conversa; resolveu, porém, sentar-se de frente para ele.

E o que tu estás sentindo hoje?
Suspense. ― disse, os olhos vidrados. ― Um vale verde que se descortina lá adiante e eu em cima de um penhasco. Tentando, a todo custo, chegar até os montes verdejantes.
― Tua vida é um incógnita. ― sentenciou Cassiano.
Minha vida ainda não pode ser resumida, porque não morri. ― revidou Leônidas, e desatou a chorar.

Um comentário:

  1. Difíceis falas, palavras,
    às vezes calam,
    às vezes falam,
    muitas vezes, Falavras imcompreeendidas!

    Lindo conto, Roberto!

    Saudade de ti,
    Bisous!

    ResponderExcluir