quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os prazeres secretos da dança


Quem nunca assistiu ao filme Dança Comigo? (Shall we dance?, Estados Unidos, 2004) dificilmente imagina a sensação de liberdade e de bem estar que a dança pode proporcionar. Quem já colocou seus pés num tablado ou numa pista, porém, sem dúvida já experimentou o efeito inebriante causado por essa arte tão milenar quanto o ato sexual. Não é por acaso que ela figura, ao lado do teatro e da música, como uma das três principais artes cênicas da Antiguidade.

Dança evoca paixão. O ritmo musical desperta a sensualidade. Não é de surpreender que as escolas especializadas no assunto estejam cada vez mais lotadas. Nos tempos colegiais, lembro que fui chamado para substituir um dançarino que resolvera desistir do grupo de dança de salão. Apreensivo no início, logo fui me apaixonando pelas aulas.

Letícia Salin, grande amiga e colega, tornou-se minha companheira indefectível. Em seguida veio Aline Rossa, sempre mexendo as cadeiras com elegância inconfundível. Sambamos ao ritmo de Bebete Vambora, do Jorge Ben, arrancamos suspiros com Time of My Life (trilha clássica do também clássico Ritmo Quente) e requebramos os quadris com Shakira, em Hips Don’t Lie. Velhos tempos.

Mas dança não é só diversão. Requer disciplina e muita — mas muita — paciência para ensaiar, memorizar os passos, errar, acertar e errar novamente. Tudo em busca da perfeição do movimento, da delicadeza do gesto, da alegria do olhar. E do sorriso. Porque mesmo que não se siga rigorosamente a sequência de movimentos, só um sorriso no rosto dos dançarinos já é capaz de arrebatar o público.

Os benefícios que tal atividade proporciona são, de fato, incontáveis. Vão da matéria ao espírito, do físico ao anímico. Disso todo mundo tem conhecimento. O que poucos sabem é que é possível, através da dança, encontrar a insustentável leveza do ser.

Ainda não sei por que parei de praticar. Talvez me falte uma companheira. Nada impede, é claro, que o indivíduo se acabe, sozinho, na pista daquela boate. Mas será que existe coisa melhor do que compartilhar esse momento mágico com alguém? Dança se faz em conjunto. É união.

2 comentários:

  1. ótimo texto, tinhoo!
    Esse "Dança Comigo" não é aquele com a J. LO e o Richard Gere? Também adoro dançar, fiz umas aulas soltas, mas nunca cheguei a fazer a sério um curso de dança. Pra mim, dançar é quase a mais completa sintonia em que dois corpos conseguem se manter. É lindo! E dá invejinha de ver aquele casal dando show na pista!
    Hmmmm se eu estivesse em Sapiranga vc ia ter par, sim!!! heheehe
    Bjoes, Samara (tchupirangadotwitter)

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  2. Bem, tendo lido "desde o manuscrito" - apesar de que já digitado - só me resta reiterar o salve: belíssimo!

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