sábado, 25 de abril de 2009

O inesperado encontro

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Estou sem palavras. Tanto é que nem ao menos sei como começar este texto. Pois acabo de voltar do restaurante onde jantei com ninguém menos do que Mauricio de Sousa, o criador da Turma da Mônica. É até mesmo engraçado escrever o nome dele aqui. Nunca, em toda a minha vida, pensei que estaria jantando com o autor das histórias que tanto me fascinaram na infância. Os gibis eram meus companheiros. Guardo-os todos até hoje. Tomei gosto pela leitura graças a eles. Foram os quadrinhos que me abriram as portas para os livros, mais densos e intricados. Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que boa parte da minha formação intelectual e moral veio da Turma. Sem ela, talvez, eu não teria criado o hábito de ler. De maneira que não veria graça nenhuma em escrever. E, por consequência, não teria escolhido o curso de Jornalismo.

Antes do jantar (o que não constava dos meus planos), Mauricio me recebeu carinhosamente no hotel onde estava hospedado, em Sapiranga, para uma breve entrevista. Ele revelou o segredo do sucesso da Turminha e falou sobre as novas experimentações com a Turma Jovem. Meu fascínio por estar diante de um dos cartunistas mais famosos do Brasil me fez perder a noção do tempo. Felizmente meu nervosismo inicial foi cedendo espaço a uma tranquilidade que fez da entrevista uma conversa informal entre dois amigos.

O pai da Mônica, do Cebolinha e de toda a Patota (como era conhecida a Turma nos anos 70) é uma pessoa extremamente cordial. Fala de mansinho, não perde o foco e surpreende com as respostas. Ao contrário do que muitos devem pensar, Mauricio é acessível. Tem notoriedade, mas não deixa de sorrir e atender a cada um de seus fãs — da criançada até os quarentões saudosistas.

Confesso que descolei o encontro com Mauricio por pura coincidência cósmica. Havia passado a semana inteira em Novo Hamburgo, de maneira que estava por fora da programação da XVII Feira do Livro de Sapiranga. Quando cheguei à cidade pela manhã de sexta-feira (24), recebi o panfleto que anunciava um bate-papo com o cartunista, seguido de uma sessão de autógrafos. Pimba! Era disso que eu precisava. Um evento e a oportunidade ideal para entrevistar uma sumidade. Se ao menos eu tivesse tido tempo para me preparar...

Fui correndo até o Parque do Imigrante, que sedia a Feira até o fim da tarde de hoje. Não seria fácil. Centenas de crianças e adultos amontoavam-se para ouvir Mauricio de Sousa falar. Eram 14h35min. Havia muitos obstáculos a superar. Além disso, eu teria de encontrar a assessoria do cartunista para chegar até ele. “A coletiva foi hoje de manhã”, disse-me uma das organizadoras do evento. “Eu sei”, menti. “Mas gostaria de marcar uma entrevista exclusiva para a Rádio Unisinos.” Meu professor Sérgio Endler que me perdoe, mas seria difícil convencer a cara feia da mulher se eu dissesse que estava cumprindo uma pauta para a disciplina de Radiojornalismo. Dizer que era estudante do curso não iria me ajudar. Mais uma vez, o truque. O mesmo que funcionou para a reportagem anterior. Só que, dessa vez, eu estava lá apenas para conseguir uma sonora para ilustrar meu boletim radiofônico. Não precisaria mais do que 5 minutos de áudio.

Consegui entrar na sala de autógrafos. Para minha surpresa, fui entrevistado pelo Jornal NH, que fazia a cobertura da Feira do Livro. Flashes aqui, sorrisinhos ali, tumulto, um entra-e-sai de pessoas. O cartunista autografou alguns raros e antigos exemplares da Turma da Mônica que eu trouxera. (Confesso que premeditei a cena antes de sair de casa.) Minha entrevista teria de esperar, a fila de autógrafos era longa. Mas tudo bem: já estava com o telefone do assessor de Mauricio em mãos. Bastava ligar mais tarde e, com sorte, encontrar o homem disponível.

“De quanto tempo você precisa?”, perguntou-me o assessor, quando finalmente falamos ao telefone. “Não mais do que 10 ou 15 minutos”, prometi. Eis que às 20h30min esperava Mauricio na recepção do Hotel das Rosas, conforme combinado.

A promessa não foi cumprida — não por falta de palavra do repórter, mas porque o entrevistado soltou o verbo (para a alegria de todos nós). O que estava programado para durar pouco tempo acabou se estendendo por mais de três deliciosas horas, mais da metade delas passadas dentro de uma pizzaria, a convite do próprio Mauricio. Durante o jantar, o cartunista revelou seus novos projetos, além de ter recordado as memórias da infância e do pai, Antônio. (Não tenho dúvidas, agora, de que a comida é um grande estímulo à conversa.)

O essencial vocês já sabem. E saberão com detalhes quando o boletim e a reportagem ficarem prontos. Também prometo transcrever, na íntegra, a entrevista para o deleite dos fãs da Turma da Mônica. As revelações de Mauricio vão encantar e surpreender os leitores!

***

É... Quem diria. Não é sempre que pessoas famosas resolvem aparecer em nossa cidade. E com muito menos frequência elas nos convidam para jantar. Mauricio de Sousa é uma delas. Já alimentava grande admiração por ele e por suas histórias quando eu ainda era um garotinho. Hoje, tendo-o conhecido pessoalmente, essa admiração só aumenta. Afinal, ele criou um universo que vem encantando gerações há mais de 50 anos. Uma proeza e tanto. Esse é Mauricio de Sousa. O mesmo cara que estava sentado ao meu lado na mesa do restaurante.

4 comentários:

  1. Que maravilha! Te mete, hein. Quem me dera eu tivesse tido essa oportunidade. Sou fã da Turma e do Mauricio. Imagina só jantar com o cara?!

    Ai, ai. Além de ter você, queria ser você...

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  2. oi Roberto tudo bem?? faz tempo que não nos falamos! Eu tb fui pra feira do livro^^ Ganhei um livro incrivel que eu não consigo parar de ler.
    Que legal que vc entrevistou o Mauricio, adorava ler os gibis dele, li ates meus 12anos^^
    se puder passa la no meu blog.
    bjos Nicky

    www.nickysplan.zip.net

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  3. Oi Roberto, Tudo bem?

    Meu nome é Patricia Perez, estou trabalhando na divulgação do 5º Concurso Universitário de Jornalismo CNN. Acredito que isso possa ser interessante para você e para os leitores do Caçador de Falavras.

    As inscrições começaram no dia 24 de março e podem ser feitas até dia 29 de junho de 2009. O tema deste ano é “O uso da tecnologia no desenvolvimento social'.

    A novidade de 2009 é que o estudante poderá enviar o vídeo de até 2 minutos pelo YouTube, sendo que ele poderá produzir quantas matérias quiser. O concurso é válido somente para estudantes de jornalismo.O ganhador conhecerá os estúdios da CNN International, além de ter sua matéria exibida pelo canal.

    As inscrições podem ser feitas no site:

    www.concursocnn.com.br

    Acompanhe ainda as novidades no Blog:

    http://www.concursocnn.com.br/2009/blog/

    e fique à vontade para esclarecer quaisquer dúvidas comigo,

    por este email ou pelo telefone: (11) 3711-8131

    Obrigada pela atenção.

    Patricia Perez

    patricia@ichimps.com.br

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