quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tudo pode ter fim

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Catarina, a personagem de Lilia Cabral na novela A Favorita, exibida pela TV Globo em 2008, representou nas telas a triste realidade de milhares de mulheres que sofrem em seus casamentos. Mãe dedicada e esposa submissa, ela abriu mão da carreira para se tornar dona de casa e sofre com as grosserias dos filhos e com o descaso, traições e indiferença do marido. Com a ajuda de amigos e familiares, Catarina finalmente toma coragem para sair de casa e vai morar com uma vizinha.

A mídia, em especial a televisão, leva para o espaço público as marcas de um drama que costuma ficar confinado entre quatro paredes. Ela abre cortinas e desperta consciências. “Durante a exibição da novela, o Centro Jacobina recebeu mais visitas”, revela Érica. “Elas se identificam com o que veem.”

Quantas mulheres podem ter um final como o de Catarina? Acabar com a violência doméstica exige uma mudança cultural mais profunda, mas é possível minimizar os registros de agressão. “Não se resolvem todos os problemas. É tudo uma questão de lidar com eles”, acredita Sandra. “É preciso lutar por políticas públicas de apoio à mulher e repressão à violência doméstica. Devemos criar uma cultura de proteção”, aposta a deputada Rosário.

Para isso, a sociedade precisa enxergar homens e mulheres como iguais. “Nossas diferenças são apenas biológicas. Queremos ser respeitadas como cidadãs”, reivindica Maria Helena Gonzalez, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher (CEM) do gabinete da governadora Yeda Crusius.

Rihannas, Catarinas, Marias. O que todas elas têm em comum? O desejo de amar e serem amadas com respeito, carinho e sinceridade. É o que ilustra a canção Maria da Penha, de Paulinho Resende e Evandro Lima, gravada pela cantora Alcione: “Bater em mulher é onda de otário. Respeito, afinal, é bom e eu gosto.”

Esses exemplos de mulheres formam parte de uma lamentável realidade, que pode — e deve — ser combatida com energia, coragem e sensibilidade. Esta deve ser uma tarefa mancomunada entre todos os atores da sociedade. Todos, sem exceção. O amor alivia, é suave e brando. Se ele machuca, não é amor.

Busque ajuda

  • Centro Jacobina (São Leopoldo)
  • R. Saldanha da Gama, 331, Centro
  • De segunda à sexta, das 9h às 17h
  • Telefone: (51) 3588-8224

Denuncie 

  • Central de Atendimento à Mulher: Ligue 180
  • Serviço 24 horas, inclusive domingos e feriados
  • Delegacia de Polícia para a Mulher (Porto Alegre)
  • Av. João Pessoa, 2050, Azenha
  • Telefone: (51) 3288-2172 (plantão)

2 comentários:

  1. Orgulho-me de ti! Estás prestando um serviço social! Parabéns. Te amo

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  2. Imagino a quantidade de mulheres que poderão ser encorajadas, através de tuas palavras, a tomar uma atitude em relação à violência conjugal. Maravilhoso!

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